Casal foi assassinado dentro de casa, em Olinda, no último domingo (26), Segundo a polícia, filho adotivo das vítimas é o principal suspeito do crime.
Do G1 PE
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O bispo da Igreja Anglicana Dom Edward Robinson Cavalcanti, 67 anos, e a professora Miriam Nunes Cotias Cavalcanti, 64, assassinados a facadas dentro de casa, no último domingo (26), em Olinda, foram enterrados por volta das 17h desta quarta-feira (29) no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. De acordo com a polícia, o filho do casal, um homem de 29 anos, é o principal suspeito do crime. Ele permanece no Hospital da Restauração, no Derby, no centro da capital, onde foi internado após uma tentativa de suicídio. O inquérito policial deve ser concluído nesta quinta-feira (1°).
Durante toda tarde, a Paróquia Anglicana Emanuel, em Olinda, esteve lotada para a realização do ofício fúnebre do bispo e de sua esposa. Dois bispos auxiliares e 50 pastores anglicanos se alternaram no altar. Parentes, amigos e fiéis entoaram cânticos de louvor durante toda a cerimônia. Os corpos foram levados para o cemitério em um carro do Corpo de Bombeiros, um cortejo seguido por vários veículos. Centenas de pessoas aproveitaram para dar adeus ao casal. Dezenas de coroas foram colocadas sobre as covas.
A mãe do bispo, Dona Geruza Cavalcanti, 94 anos, veio de União dos Palmares - AL, para acompanhar o funeral. Ela está em Pernambuco desde terça-feira (28). Muito emocionada, precisou ser amparada pela família. De acordo com George Cavalcanti, irmão da vítima, a mãe deles não sabe o real motivo das mortes. Para Geruza, a versão é que eles faleceram devido a um acidente de trânsito, no qual o filho do casal estava dirigindo o carro.
George Cavalcanti também contou que o suspeito estava vivendo sozinho nos Estados Unidos, para onde ele mudou-se aos 16 anos em uma tentativa dos pais de afastá-lo das drogas. “Ele foi para os Estados Unidos para se recuperar das coisas que estavam acontecendo aqui [no Brasil], com todo o amparo possível, melhores escolas, palestras. Ele morou com Tales [tio do suspeito], mas abdicou desse direito por perturbar demais”, disse. O rapaz foi morar, então, com a tia Rose Cavalcanti, de onde também saiu. Informalmente, algumas pessoas que estavam no funeral e conheceram o rapaz na adolescência comentaram que ele já “era meio perturbado”, “se metia em confusão”, “era envolvido com drogas” e “se sentia excluído por ser adotado e negro”.
Investigação
De acordo com o delegado José de Prado, o inquérito do assassinato do bispo e sua esposa deve ser concluído nesta quinta. Ele não quis adiantar quem já havia prestado depoimento, porém comentou que ainda faltavam duas pessoas. Até as 18h desta quarta, o filho do casal não tinha sido ouvido. “Não tem problema concluir o inquérito sem ouvi-lo. Ele vai ser indiciado como autor do crime e, depois que sair do hospital, vai para o Cotel [Centro de Triagem, em Abreu e Lima]”, falou.
Em entrevista ao G1, na terça, o delgado disse que as primeiras pessoas que seriam ouvidas eram os vizinhos do casal. A polícia quer traçar o perfil do suspeito e tentar descobrir a motivação do crime, já que a única hipótese na investigação é que ele tenha cometido os homicídios. Segundo José de Prado, o filho do bispo foi visto pela irmã e por uma tia saindo da casa sujo de sangue com uma faca na mão.
O rapaz teria tentado se matar depois do crime, tomando remédios e se ferindo com uma faca mais de 20 vezes - cortes não muito profundos. A desconfiança de que o jovem usasse drogas foi reforçada depois que um pó branco foi encontrado na cena do crime. O material foi entregue ao Instituto de Criminalística (IC). O suspeito permanece internado na unidade de Trauma do Hospital da Restauração. Segundo a assessoria de imprensa, ele está acordado, consciente e semi-orientado. Desde manhã, está respirando sem ajuda do aparelho. Ainda não há previsão de alta hospitalar. Quando for liberado, será ouvido pela Polícia Civil e autuado em flagrante pelos homicídios.
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