sábado, 26 de novembro de 2011

Série Grandes Geógrafos: Aziz Ab'Saber

Prof. Dr. Aziz Nacib Ab'Saber
Geógrafo
Aziz Nacib Ab'Saber é um geógrafo e professor universitário brasileiro, considerado referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e impactos ambientais decorrentes das atividades humanas. Cientista polivalente, laureado com as mais altas honrarias da Ciência em Arqueologia, Geologia e Ecologia - Membro Honorário da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Grão Cruz em Ciências da Terra pela Ordem Nacional do Mérito Científico, Prêmio Internacional de Ecologia de 1998 e Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente - é Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, professor honorário do Instituto de Estudos Avançados da mesma universidade e ex-presidente e atual Presidente de Honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC. Embora tenha se aposentado compulsoriamente no final do século XX, ainda se mantém em atividade.


Filho de um mascate libanês e de uma brasileira de São Luiz do Paraitinga e criado em meio as roceiros dos quais sua mãe era filha, se muda para São Paulo pouco antes de ingressar na USP no curso de Geografia aos dezessete anos, assumindo sua primeira função pública como jardineiro da Universidade, enquanto dava continuidade a sua formação com cursos de especialização.
Trabalhou durante vários anos como professor do ensino básico. Posteriormente lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e finalmente na Universidade de São Paulo.
Iniciou suas pesquisas na área de Geomorfologia e logo passou a incorporar conceitos de diferentes áreas do saber.
Desenvolveu centenas de pesquisas e tratados científicos, dando contribuições importantes para a Ecologia, Biologia Evolutiva, Fitogeografia, Geologia, Arqueologia, além da geografia. Dentre algumas dessas múltiplas contribuições, estão estudos que corroboram a descoberta de petróleo na porção continental na Bacia Potiguar e a coordenação da criação dos parques de preservação da Serra do Mar e do Japi. Os temas abordados incluem exaustivas classificações e levantamentos nos domínios morfoclimáticos e dos ecossistemas continentais sul-americanos, reconstituição de paleoclimassul-americanos, estudos de planejamento urbano aerolar, pesquisas de geomorfologia climática sul-americana, elaboração de modelos explicativos para a diversidade biológica neo-tropical - Redutos Pleistocênicos - além de estudos sobre rotas de migração dos povos pré-colombianos sul-americanos. Atuou também com medidas para preservação do patrimônio histórico - tombamento do Teatro Oficina) - e teorias da educação, com o fim de incluir currículos setoriais em grades de ensino regionais e nacionais.
Ab'Saber defende um papel mais ativo dos cientistas numa ciência aplicada e colocada a serviço dos movimentos sociais. Esse ideal o levou a ser consultor ambiental do Partido dos Trabalhadores - PT e a tornar-se próximo de Lula por um longo período. Posteriormente tornou-se crítico do Governo Lula devido, especialmente, à sua política ambiental - a qual classifica como a maior frustração na história do movimento ambientalista brasileiro. O intenso apoio governamental aos usineiros e ao projeto de Transposição do Rio São Francisco - que julga servir primordialmente aos interesses dos grandes proprietários de terra do Nordeste seco - também colaboram para seu distanciamento. Avalia que o governo, ao mesmo tempo que consegue popularidade com medidas mitigadoras, aprofunda um modelo de desenvolvimento hostil aos interesses da maior parte da população brasileira. Com a credibilidade adquirida nas décadas de trabalho como cientista, Ab'Saber procura respaldar os movimentos sociais que lutam contra obras desenvolvimentistas hostis aos seus interesses e seus modos de vida - como a citada transposição do Rio São Francisco ou a barragem dos rios do Vale do Ribeira. Homenageado do ano pela reunião do SBPC de 2010, proferiu pesadas críticas as mudanças no Código Florestal brasileiro colocando-o no contexto de desmonte da política ambiental brasileira.
Sua última crítica vai ao encontro do chamado Aquecimento Global, classificando-o como uma das grandes farsas da atualidade. Ab'Saber não nega o aquecimento mas afirma que a contribuição antrópica para o fenômeno ainda não é suficientemente conhecida. Afirma que algumas das previsões de impactos estão baseadas em pressupostos equivocados, resultando em diagnósticos consequentemente inválidos. Aponta a onda de calor do verão (no hemisfério sul) 2009-2010 como exemplo de como, por vezes, a interpretação dos fenômenos climáticos é distorcida. Enquanto muitos argumentam que o aquecimento global foi o responsável por isso, Ab'Saber recorda que este é o pico de atividade do El Niño, que se repete de 12 em doze anos (ou de 13 em treze anos ou ainda a cada 26 anos) e que, portanto, um pico de calor era esperado.
Teve também o valor literário de sua obra destacado - recebeu três vezes o Prêmio Jabuti, duas na categória de Ciências Humanas e uma na de Ciências Exatas.

Grandes obras

  • Ecossistemas Brasileiros
  • Domínios da natureza no Brasil - potencialidades paisagisticas
  • Litoral Brasileiro
  • São Paulo: ensaios entreveros
  • Amazônia: do discurso a práxis
  • Áreas de circudesnudação periférica pós-cretácea
  • A Terra Paulista
  • O homem do terraço de Ximango
  • Espaços ocupados pela expansão dos climas secos na América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais quaternários
  • Domínios geomorfológicos da América do Sul: primeira aproximação
  • O homem na América Tropical: estoques raciais em contato e conflito
  • The paleoclimate and paleoecology of brazilian amazon
  • Geomorfologia do Sítio Urbano de São Paulo

Prêmios e condecorações
Dr. Aziz Ab'Saber recebendo o Troféu 
Juca Pato como o Intelectual do Ano

  • Professor-Emérito da USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Professor honorário do Instituto de Estudos Avançados da USP
  • Doutor Honoris Causa, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ
  • Membro da Academia Brasileira de Ciências
  • Membro honorário da Sociedade de Arqueologia Brasileira
  • Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia de 1999
  • Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico em Ciências da Terra (Geociências)
  • Prêmio Internacional de Ecologia de 1998
  • Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente de 2001

Títulos de formação acadêmica
  • Bacharel em Geografia - Universidade de São Paulo, FFCL/USP - 1944.
  • Especialista (Geografia Física) - FFCL/USP - 1945/1946.
  • Doutor (Geografia) - FFCL/USP - 1956.
  • Livre-docente (Geografia) - FFCL/USP - 1965.
  • Professor Titular - FFCL/USP - 1968.
  • Professor Honoris Causa, UNESP - 2006



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Série Grandes Geógrafos: Milton Santos


Geóg. Milton Santos
 Milton Santos nasceu no município baiano de Brotas de Macaúbas em 3 de maio de 1926. Ainda criança, migrou com sua família para outras cidades baianas, como Ubaitaba, Alcobaça e, posteriormente, Salvador. Em Alcobaça, com os pais e os avós maternos (todos professores primários), foi alfabetizado e aprendeu álgebra e a falar francês.
Aos 13 anos, Milton dava aulas de matemática no ginásio em que estudava, o Instituto Baiano de Ensino. Aos 15, passou a lecionar Geografia e, aos 18, prestou vestibular para Direito em Salvador. Enquanto estudante secundário e universitário marcou presença na militância política de esquerda. Formado em Direito, não deixou de se interessar pela Geografia, tanto que fez concurso para professor catedrático no Colégio Municipal de Ilhéus. Nesta cidade, além do magistério desenvolveu atividade jornalística, estreitando sua amizade com políticos de esquerda. Nesta época, escreveu o livro Zona do Cacau, posteriormente incluído na Coleção Brasiliana, já com influência da Escola Regional francesa.
Em 1958, concluiu seu doutorado na Universidade de Strasburgo, na fronteira da França com a Alemanha. Ao regressar ao Brasil, criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, mantendo intercâmbio com os mestres franceses. Após seu doutorado, teve presença marcante na vida acadêmica, em atividades jornalísticas e políticas de Salvador. Em 1961, o presidente Jânio Quadros o nomeia para a subchefia do Gabinete Civil, tendo viajado a Cuba com a comitiva presidencial - o que lhe valeu registro nos órgãos de segurança nacional após o golpe de 1964.



Embora pouco conhecido fora do meio acadêmico, Santos alcançou reconhecimento fora do país, tendo recebido, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud (conferido por universidades de 50 países).
  • Sua obra O espaço dividido, de 1979, é hoje considerado um clássico mundial, onde desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos.
  • Suas idéias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo, advertia para a possibilidade de gerar o fim da cultura, da produção original do conhecimento - conceitos depois desenvolvidos por outros. Por uma Outra Globalização, livro escrito por Milton Santos dois anos antes de morrer, é referência hoje em cursos de graduação e pós-graduação em universidades brasileiras. Traz uma abordagem crítica sobre o processo perverso de globalização atual na lógica do capital, apresentado como um pensamento único. Na visão dele, esse processo, da forma como está configurado, transforma o consumo em ideologia de vida, fazendo de cidadãos meros consumidores, massifica e padroniza a cultura e concentra a riqueza nas mãos de poucos.
A obra de Milton Santos é inovadora e grandiosa ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um "conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações".
As velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro. Daí a correlação entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico. Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização.
Estas idéias são expostas principalmente em sua obra A Natureza do Espaço (Edusp, 2002).
No conceito de espaço, Milton Santos revela a noção de paisagem, onde sua forma está em objetos naturais correlacionados com objetos fabricados pelo homem. Santos aponta que espaço e paisagem não são conceitos dicotômicos, onde os processos de mudança social, econômico e político da sociedade resultam na transformação do espaço, que concatenado a paisagem se adaptam para as novas necessidades do homem naquele dado período. Milton Santos revela o conceito de paisagem como algo não estanque no espaço, e sim que a cada período histórico altera, renova e adapta para atender os novos paradigmas do modo de produção social.
São idéias apontadas na obra "Pensando o espaço do homem" São Paulo: Hucitec, 1982.

Por seus méritos, universidades e instituições ligadas à Geografia passam a outorgar-lhe títulos acadêmicos e honrarias. Os mais importantes são:

Obras
  • SANTOS, Milton. A cidade nos países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira S.A., 1965.
  • SANTOS, Milton. Geografía y economía urbanas en los países subdesarrollados. Barcelona: Oikos-Tau S.A. Ediciones, 1973.
  • SANTOS, Milton. Sociedade e espaco: a formacão social como teoria e como método. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo: AGB, 1977, p. 81- 99.
  • SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Hucitec-Edusp, 1978.
  • SANTOS, Milton. O trabalho do geógrafo no Terceiro Mundo. SP: Hucitec, 1978.
  • SANTOS, Milton. Pobreza urbana. São Paulo/Recife: Hucitec/UFPE/CNPV, 1978.
  • SANTOS, Milton. Economia espacial: críticas e alternativas. SP: Hucitec, 1979.
  • SANTOS, Milton. Espaço e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1979.
  • SANTOS, Milton. O espaço dividido. Os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979 (Coleção Ciências Sociais).
  • SANTOS, Milton. A urbanização desigual. Petrópolis: Vozes, 1980.
  • SANTOS, Milton. Manual de Geografia urbana. São Paulo: Hucitec, 1981.
  • SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Hucitec, 1982.
  • SANTOS, Milton. Ensaios sobre a urbanização latino-americana. SP: Hucitec, 1982.
  • SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1985.
  • SANTOS, Milton. O meio técnico-científico e a redefinição da urbanização brasileira. Projeto de pesquisa apresentado ao CNPq, 1986 (datilografado).
  • SANTOS, Milton. Aspectos geográficos do Período Técnico-Científico no estado de São Paulo. Projeto de pesquisa apresentado à Fapesp, maio 1986 (datilografado).
  • SANTOS, Milton. A região concentrada e os circuitos produtivos. Texto apresentado como parte do relatório de pesquisa do projeto O Centro Nacional: Crise Mundial e Redefinição da Região Polarizada, 1986 (datilografado).
  • SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1987.
  • SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. Paulo: Hucitec, 1988.
  • SANTOS, Milton. O Período Técnico-Científico e os estudos geográficos: problemas da urbanização brasileira. Projeto de pesquisa apresentado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mar. 1989 (datilografado).
  • SANTOS, Milton. Metrópole corporativa fragmentada: o caso de São Paulo. São Paulo: Nobel/Secretaria de Estado da Cultura, 1990.
  • SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.
  • SANTOS, Milton. Por uma economia política da cidade. SP: Hucitec /Educ, 1994.
  • SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo. São Paulo: Editora Hucitec, 1994.
  • SANTOS, Milton; SOUZA, Maria Adélia A.(org.). A construção do espaço. São Paulo: Nobel, 1986.
  • SANTOS, Milton. Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Editora Record, 2000.
Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, 3 de maio de 1926 – São Paulo, 24 de junho de 2001) foi um dos maiores geógrafos brasileiro. Milton destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da Geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação da Geografia no Brasil ocorrida na década de 1970.
  • Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud, Paris, 1994
  • Mérito Tecnológico, Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, 1997
  • Personalidade do Ano, Instituto dos Arquitetos do Brasil, 1997
  • Prêmio Jabuti de Literatura, 1997 - Prêmio pelo melhor livro das Ciências Humanas por A Natureza do Espaço - Técnica e Tempo, Razão e Emoção
  • Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, 1995
  • Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 1997
  • Homem de Idéias 1998, homenagem do Jornal do Brasil a Milton Santos, em 1998
  • Contemplado em concurso nacional da Revista Isto É como um dos 20 "Cientistas do Século", conforme encarte Especial nº 7, de 4 de agosto de 1999
Milton Santos tem o título de Doutor Honoris Causa pelas seguintes instituições:
  • Universidade de Toulouse, França, 1980
  • Universidade Federal da Bahia, 1986
  • Universidade de Buenos Aires, 1992
  • Universidade Complutense de Madri, 1994
  • Universidade do Sudoeste da Bahia, 1995
  • Universidade Federal de Sergipe, 1995
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1996
  • Universidade Estadual do Ceará, 1996
  • Universidade de Passo Fundo/RS, 1996
  • Universidade de Barcelona, 1996
  • Universidade Federal de Santa Catarina, 1996
  • Universidade Estadual Paulista, 1997
  • Universidade Nacional de Cuyo, Argentina, 1997
  • Universidade do Estado do Rio de Janeiro,1998
Além da vida acadêmica, Milton Santos desempenhou outras atividades, entre as quais:
  • Presidente ou membro de distinguidas entidades profissionais, como:
    • Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)
    • Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Anpur)
    • Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege)
  • Consultor de organismos como:
    • Organização Internacional do Trabalho (OIT)
    • Organização dos Estados Americanos (OEA)
    • Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco)
    • Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
    • Secretaria da Educação Superior (SESu/MEC)
    • Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp/SP)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Série Grandes Geógrafos: Antonio Christofoletti

Prof. Dr. Antonio Christofoletti
Geógrafo (Geomorfólogo)
Antonio nasceu no dia 13 de Junho de 1936, em Rio Claro, São Paulo, filho de imigrantes italianos, e desde muito jovem começou a trabalhar ajudando o pai em seu armazém.
No início da década de 50, ingressa no curso de Geografia e História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Campinas, atual Pontifícia Universidade Católica de Campinas, iniciando sua dedicação ao estudo da Geografia.
Tendo concluído o Bacharelado em 1957 e a Licenciatura em 1958, o Professor Christofoletti começa a lecionar na PUC e no ensino médio estadual, em virtude de aprovação em concurso público.
Em 1963, ingressa no curso de pós-graduação em Geografia da Universidade de São Paulo, onde obtém o Título de Doutor em 1968, defendendo a tese: "O Fenômeno Morfogenético no Município de Campinas".
Em 1971, defende a tese “Análise Morfométrica de Bacias Hidrográficas do Planalto de Poços de Caldas”, obtendo o título de Livre Docente junto ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, hoje UNESP – Campus de Rio Claro.
Em 1975, ingressa como professor adjunto da UNESP de Rio Claro, por concurso e, em 1979, também por concurso, torna-se professor titular do Departamento de Geografia e Planejamento daquela universidade.
O Professor Doutor Antonio Christofoletti é autor de oito livros sobre Geomorfologia, e é responsável pela elaboração de três livros didáticos para o terceiro grau sobre o assunto.
Publicou 148 artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais, 425 resenhas bibliográficas, 11 contribuições em coletâneas, proferiu 82 palestras e conferências, publicou 60 artigos de divulgação e 73 comunicações em congressos.
Em 1958, Dr. Antonio Christofoletti participou da implantação da revista “Notícia Geomorfológica”, passando a diretor entre 1966 e 1981. Entre 1971 e 1989, participou do “Boletim de Geografia Teorética”, além de ter sido coordenador da Revista Geográfica, de 1976 a 1999.
Grandes Obras:
  • Geomorfologia
  • Sistemas de Informação  Geográfica: Dicionário Ilustrado (em parceria com Armandio L. de A. Teixeira)
  • As características da nova geografia. In Perspectivas da Geografia.
  • Modelagem de Sistemas Ambientais
  • Análise de Sistemas em Geografia
  • Geomorfologia Fluvial
Faleceu em sua terra natal, Rio Claro, no dia 11 de Janeiro de 1999. Participou da gestão da biblioteca do Campus da UNESP de Rio Claro, e graças a ele a biblioteca possui um dos mais importantes acervos da América Latina.
Sua coleção de livros foi adquirida pela Universidade Estadual de Campinas e hoje está disponível para consulta pública na biblioteca Conrado Paschoale do Instituto de Geociências, no campus de Campinas.
A Lei n° 11.650, de 13/01/2004 dá denominação de "Prof. Antonio Christofoletti" ao viaduto localizado sobre a Rodovia Presidente Washington Luiz - SP 310, no km 172,5, no Município de Rio Claro.

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